Bate papo com Joãozinho, meia do Krasnodar

Joãozinho

Recentemente fiz um post sobre a dupla brasileira de Krasnodar, ao pesquisar sobre eles fiquei interessado, assim como os leitores, em saber mais sobre a carreira e a vida de cada um.

Ainda não consegui falar com o Wanderson direito, mas consegui trocar uma idéia com Joãozinho, porém antes de mostrar o resultado, queria agradecer demais o João por tudo, mostrou que além de ser um ótimo jogador, é uma ótima pessoa.

Veja abaixo como ficou o bate papo com o meia brasileiro:

Primeiro queria saber se você passou por alguma dificuldade em sua infância?

João: Todo jogador passa quando está subindo, né. Principalmente aquela ajuda de custo que os times prometem e não dão, mas essa foi a única dificuldade que passei.

Sua família sempre apoiou a idéia de você virar jogador de futebol?

João: Minha família nunca disse nada, eu sempre tomei minhas decisões e hoje estão felizes aonde estou e o que conquistei.

Você se destacava em alguma outro esporte tirando o futebol?

João: Penso que não jogaria outro esporte, o único que jogo além do futebol é o futevolêi.

Pensava em um plano B caso não virasse jogador?

João: Não, não tinha nenhum plano B para minha vida.

Você  considera que não tinha um plano B por acreditar em seu potencial e que faria de tudo para alcançar isso?

João: Não, porque eu também não pensava em chegar aonde estou, acho que a gente acredita em si próprio e vai atrás do que queremos. Mas caso não virasse jogador, iria trabalhar, porém não sei em que.

Com que idade começou atuar pela categoria de base da Portuguesa? 

João: Cheguei na lusa no Sub-15.

E como foi o começo na equipe paulista?

João: O começo foi muito difícil, ficavamos esperando sempre o ônibus e também esperavamos bastante os profissionais comerem pra depois nós podermos almoçar, era complicado demais.

E a sensação de subir para o profissional e atuar no time principal?

João: A sensacão de chegar no time profissional foi uma sonho, ainda mais na lusa aonde fui aprendendo a amar e a se doar pelo time.

Como você lidou com a perca de espaço no elenco?

João: Na lusa eu sempre era reserva, mas várias vezes entrava no decorrer do jogo e conseguia alguns minutos em campo. Eu ficava tranquilo com está situação até porque era bastante jovem e também sempre que tinha oportunidades, correspondia dentro de campo.

Levski

Joãozinho comemorando gol com a camisa do Levski Sofia

E  a oportunidade de se transferir para a Europa?

João: A oportunidade foi ótima, era outro sonho se realizando. Estranho foi chegar em um país aonde não conhecia nada, mas foi tudo ótimo na Bulgária.

Como você encarou a ida para o Levski, mais como uma busca de estabilidade ou como um trampolim para alcançar ligas maiores e mais conhecidas?

João: Encarei numa boa, fui em busca de alcançar ligas maiores mesmo, porque era uma grande chance na vida.

O que foi mais difícil de se adaptar na Bulgária, o idioma, o clima, a comida ou tudo era muito difícil?

João: No começo foi tudo muito difícil, mas depois fui gostando e hoje falo a língua e até namoro uma menina bulgára.

Muito se discute entre a diferença do futebol europeu e o sul americano, quais são as principais diferenças que você percebe entre os dois no ponto de vista tático e técnico?

João: A diferença é que o jogo aqui na Europa é mais corrido e físico do que no Brasil e também muito se trabalha taticamente. Eu particularmente gostei do futebol europeu.

Como você explica sua adaptação rápida ao estilo europeu e se transformar em uma peça fundamental do Levski em tão pouco tempo e também muito jovem?

João: Não tem como explicar, acho que muito pela força de vontade de vencer e de aprender outras culturas. Também é muito importante respeitar o país, porque quando você fala o idioma local, você ganha respeito de todos e isso acaba facilitando demais para se obter sucesso lá fora.

Claro que a liga russa está crescendo demais nos últimos anos e a previsão é cada vez aumentar mais, mas você almeja atuar nos principais campeonatos europeus?

João: A gente sempre almeja, mas hoje estou muito feliz no Krasnodar, estou pensando aqui e trabalhando para o Krasnodar, até porque ainda tenho contrato com o clube.

No futebol russo já tivemos vários casos de racismo e temos o Zenit que é muito conhecido pela política racista de seus torcedores. Você já passou por alguma situação assim na Rússia ou presenciou algum outro jogador sofrendo isso? E na Bulgária teve este tipo de problema?

João: Nunca passei por isso aqui na Rússia e nem na Bulgária. A gente ouve só, mas nada que venha atingir. Também nunca presenciei alguma cena desse tipo.

João e Roberto Carlos, que ao contrário do meia já sofreu casos de racismo

João e Roberto Carlos, que ao contrário do meia já sofreu casos de racismo

Você pensa em retornar ao Brasil? E se voltasse tem alguma preferência de clube?

João: Penso sim em voltar a jogar no Brasil, mas não tenho preferência de time.

Em 2009, você recebeu um prêmio de Fairplay por não receber nenhum cartão no campeonato bulgáro e em toda sua carreira você foi expulso apenas uma vez, queria que falasse um pouco sobre essa sua disciplina em campo e se tem alguma dica para os jogadores mais nervosos e que se deixam levar pelo calor do jogo?

João: Como eu jogo no ataque, não preciso fazer muitas faltas e também quando faço nunca reclamo com o árbitro, porque sei que ele não vai voltar atrás. Acho que esse é o segredo, é respeitar o juiz porque ele que comanda a partida.

Você sabia que tinha mais assistências que Xavi e Pirlo nesta temporada?

João: Eu não sabia, até porque não busco estatísticas. Só penso em jogar bem e ajudar o meu time.

Como você se sente superando dois maestros do futebol atual nesse quesito?

João: Me sinto feliz porque são dois grandes jogadores e dois nomes que o mundo conhece muito bem.

5 thoughts on “Bate papo com Joãozinho, meia do Krasnodar

  1. Boa tarde. Muito bom o trabalho de vcs.
    Gostaria de saber o contato de vcs, e-mail, etc… pra poder enviar um material, caso interesse a vocês. Abraço

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